Ministério da Saúde lança, nesta quarta-feira 21 campanha publicitária para
conscientização da população sobre a doença. Com o mote, Hanseníase: quanto
antes você descobrir, mais cedo vai se curar a ação tem como foco o diagnóstico
precoce da doença e a divulgação do tratamento que é ofertado de graça no
Sistema Único de Saúde SUS.
A doença é considerada endêmica em todo o país, com maior
incidência em cinco estados: Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso e Goiás.
Atualmente, são 1,42 casos por 10 mil habitantes, uma queda de 68% em dez anos,
o que mostra o esforço de eliminar a doença do país.
A comunicação com a população e os profissionais de saúde
será feita por meio da TV, distribuição de cartazes, folhetos e mídias na
internet, principalmente nas redes sociais. Ainda para marcar a data de luta
contra a doença, em Brasília, o prédio do Ministério da Saúde receberá projeção
de luzes em cores marrom, vermelho e bege, que representam os tons das manchas
provocadas pela doença. A partir do mês de agosto, a campanha chega às rádios
de todo o país.
Redução de casos
A taxa de prevalência de hanseníase caiu 68% nos últimos dez
anos, no Brasil, passando de 4,52, em 2003, para 1,42 por 10 mil habitantes, em
2013. A queda é resultado das ações voltadas para a eliminação da doença,
intensificada nos últimos anos. Em 2013, o Brasil registrou 31.044 casos novos
da doença com incidência de 15,44/100 mil habitantes na população em geral. Já
em 2003 foram notificados 51.900 novos casos, com incidência de 29,37/100 mil
habitantes, uma redução de 40,1%. Em menores de 15 anos, o coeficiente foi de
5,03/100 mil habitantes, redução percentual acumulada de 37% na comparação com
o período de 2003 (7,98/100 mil habitantes) a 2013.
Em relação aos indicadores de 2014, dados preliminares
apontam que a taxa de detecção geral foi de 12,14 por 100 mil habitantes,
correspondendo a 24.612 casos novos da doença no país. Na população menor de 15
anos houve registro de 1.793 casos. Já o número de pacientes em tratamento foi
de 31.568, o que significa uma prevalência de 1,56 casos por 10 mil habitantes.
As áreas de maior risco de adoecimento estão concentradas em Mato Grosso, Pará,
Maranhão, Rondônia, Tocantins e Goiás.
Detecção e tratamento
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo
principal agente etiológico é o Mycobacterium leaprae. A doença é transmitida
de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável
suscetível. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o
diagnóstico for tardio ou o tratamento não for realizado adequadamente, pelo
período preconizado, já que atinge pele e nervos.
O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o
serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte
do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade
ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento a pessoa para de transmitir a doença
quase que imediatamente.
Além do diagnóstico, o SUS oferece tratamento para
hanseníase, disponível em todas as unidades públicas de saúde. A
poliquimioterapia (PQT), uma associação de medicamentos que evita a resistência
do bacilo deve ser administrado por seis meses ou um ano a depender do caso. Os
pacientes deverão ser submetidos, além do exame dermatológico, a uma avaliação
neurológica simplificada e sempre receber alta por cura. Nos últimos dez anos,
a taxa de cura da doença no país aumentou 21,2%. Em 2003, 69,3% das pessoas que
faziam tratamento para hanseníase se curaram. Já em 2014, esse número saltou
para 84%.
Campanha em escolares
O Ministério da Saúde ampliou em 128% o número de municípios
participantes da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses e Tracoma
realizada com alunos de 5 a 14 anos de escolas públicas de todo o país. A
adesão dos municípios à campanha passou de 852 municípios em 2013 para 1.944 em
2014. Um dos objetivos da ação é a busca ativa para diagnóstico da hanseníase, a
partir da criança, quebrando a cadeia de transmissão da doença. Isso porque
quando há casos em criança é porque existe um adulto do seu convívio ainda sem
diagnóstico e tratamento. Em termos gerais, nos últimos dez anos, o Brasil
reduziu em 68% a taxa de prevalência de hanseníase e aumentou em 21% a taxa de
cura.
Na segunda edição da Campanha Nacional de Hanseníase,
Geo-helmintíases e Tracoma, realizada no ano passado, dos 5,6 milhões de
estudantes de 5 a 14 anos - público-alvo da ação - que receberam a ficha de
autoimagem, instrumento utilizado para triagem de sinais e sintomas da doença,
4,1 milhões responderam, representando 74% do total. Desses alunos, 5,6%
(231.247) foram encaminhados às unidades de saúde para esclarecimento do
diagnóstico. Depois de passarem por exames clínicos, 354 crianças foram
diagnosticadas com hanseníase, representando 0,15%. Este ano, a terceira edição
da campanha nas escolas deve ter início no mês de agosto.
A conduta preconizada pelo Ministério da Saúde é que os
contatos destas crianças sejam registrados e examinados. Nesse sentido, houve
diagnóstico em 73 contatos intra-domiciliares dos casos novos diagnosticados na
campanha.
Do quantitativo de escolares identificados como casos sugestivos de
hanseníase ou com diagnóstico confirmado pelas unidades de saúde, cinco estados
responderam por mais de 80% do total de casos diagnosticados, sendo eles: Pará,
Mato Grosso, Maranhão, Bahia e Pernambuco.
Na Campanha, também foram tratados 4.754.092 alunos para
verminoses e 25.173 escolares foram diagnosticados para tracoma. Este ano, a
terceira edição da campanha nas escolas deve ter início no mês de agosto.
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